Falando dos meios que os autores nacionais têm para se defenderem de pessoas de má fé, alguém me sugeria uma instituição… Passo seguinte, elogiou o combate que essa mesma instituição, (e muito bem!), fazia no nosso país e no estrangeiro, para defender os direitos dos autores nacionais, dentro e fora, mesmo depois de serem conhecidos. Retorqui que, depois de uma autor ser mundialmente conhecido, o risco deveria ser mínimo, o pior, a meu ver, é no começo de uma carreira, onde uma pessoa desconhecida ainda do grande público, está sujeita a apanhar pela frente gente sem escrúpulos, capaz de tudo e mais alguma trama para se apoderar do que não lhe pertence, só para conseguir os tãos almejados dinheiro e fama. Porque escrever, todos escrevemos, as ideias é que são escassas… e roubar de alguém ainda desconhecido é mais fácil e indetectável, do que roubar de alguém conhecido.
Depois, a melhor maneira de um autor se defender, é contar com o público em geral, as pessoas boas, que, quando detectam um roubo, são as primeiras a accionarem o alarme, as justas: por isso eu criei os blogs.
Um dia destes passei pela minha antiga universidade e falei com o meu antigo professor de Latim I e II, e Estudos Camonianos. Ofereci-lhe um exemplar do meu conto e tivemos uma conversa, como sempre acontece, quando temos oportunidade para tal. Falámos um pouco de tudo, sobretudo de literatura, de autores portugueses, … Mas o que eu gostaria de destacar da conversa, é algo que ele disse e me fez pensar… Conseguir fama, significa que, daqui a muitos anos, as gerações vindouras irão falar de nós… ficaremos sempre ligados à história deste país. De facto, assim é. Alguns dos nossos escritores passaram de geração em geração, sobrevivendo ao esquecimento, agarrando-se a páginas teimosamente imortais… Agora, algum tempo depois desta conversa, lembrei-me de obras impressas de autores desconhecidos, com que me deparei, aqui há alguns anos, quando trabalhava numa biblioteca, e às quais dei uma vista de olhos, de relance, enquanto arrumava os livros nas prateleiras… os olhos prenderam-se, de imediato àquela leitura… era uma peça de teatro, entre várias daquele autor, que, embora interessantes, nunca conseguiram ver a luz da história descer sobre ela.
Hoje, olhando a grande quantidade e variedade de blogs existentes, deparo-me com muitas maneiras de ver e sentir o mundo, o que resulta, indubitavelmente, também numa variedade incrível de estilos… a minha questão é o que vai ser de todos eles, se algum dia, alguém, se vai dar ao trabalho de os ler e dar-lhes o verdadeiro mérito… ou se o que escrevem perdurará, para sempre, nos seus blogs, com os seus visitantes habituais e assíduos, como tertúlias neste gigantesco espaço ciberespacial... porque o conhecimento ou fama, muitas vezes, resulta de um golpe de sorte, alguém lê o que a pessoa escreveu, gostou e resolve apostar nessa pessoa… e tudo se desenrola naturalmente. É claro que o leitor é rei e dele dependerá sempre a escolha… mas, muitas vezes, o começo não passa mesmo de um golpe de sorte…
. Conversa